quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Não se pode prender o coração de uma mulher
Tive uma colega de faculdade que morava comigo. Ele tinha varias qualidades. Um cara divertido, irmão, sincero, cheio de coisas boas. Ele tinha defeitos, é obvio, e um deles me chamava à atenção. De vez em quando ele soltava algo do tipo:
“Mulher tem que ficar em casa, cuidando da casa e dos filhos. Só sai se for com o marido.”
Ele ainda estava saindo da adolescência e tinha muito o que aprender, por este motivo eu não acreditava que esse pensamento era uma construção autônoma. Talvez estivesse reproduzindo o comportamento de algum parente ou amigo.
Mas não quero discutir o meu colega de faculdade, quero continuar falando sobre a sensação de controle que alguns homens precisam ter para conseguir respirar sem tanta ofegância.
O efeito coleira além de causar um alivio parcial na insegurança e no complexo de inferioridade, propicia uma ilusão de onipotência que é quase uma masturbação mental, tamanha é a satisfação em exercer o poder de ter mantido sua fêmea na caverna ou sobre um big brother telefônico. Oi... TIM... Vivo... Claro... Não importa...
Trimmm Trimmmm; “Aonde você esta? Esta com quem? Volta que horas?”
A surpresa de ir buscá-la não tem a saudade por motivo, é para ver se pega a moça com a “boca na butija”. A moça, ainda ingenuamente esperançosa, quando o avista de longe, enche o sorriso e vai ao seu encontro...
“Oi amor, veio me buscar?”
“Quem é aquele cara que tava com você?
“Qual?”
“Não se faça de doida...”
“Aquele ali sentado na porta da escola?”
“Claro, esta vendo outro homem ali? O que ele falou com você? Quem é ele? Anda... diz logo... Ta tendo um caso...”
“Calma querido, ali é o porteiro da escola, ele estava me avisando que não vai haver aula no sábado e nós vamos poder ficar mais tempo juntos... Não é otimo?”
“Seria, se eu não tivesse um compromisso importantíssimo...”
“Qual?”
“Vou jogar bola com meus amigos, depois nós vamos beber, não sei que horas eu volto. E anda logo, vamos embora que o Internacional joga daqui a pouco com o Chivas na final da Libertadores e eu ainda tenho que comprar a cerveja.”
“Coleira” é a ferramenta dos inseguros e burros que pensam que é possível prender uma mulher com qualquer laço que não seja feito do amor seguro, que ao mesmo tempo em que se entrega, dá liberdade.
“Uma mulher que ama será tão mais “presa” ao seu homem quanto mais seja por ele amada e objeto de sua confiança!”
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