quarta-feira, 9 de maio de 2012

Música: Semideus (Cléber Jesus)

Quanta gente esquizofrênica. Gente de cabeça feita, que deveria ser bem resolvida. Mas é gente melindrosa que não sabe ouvir um não. Que não aceita ser rejeitada, que não aceita não ter o que quer. Gente que esconde seus traumas e frustrações atrás de ataques deliberados e confrontos desnecessários. Aponta primeiro para não tirar a atenção. Expõe os defeitos alheios para encobrir sua podridão. E quando é confrontada em suas praticas maldosas, ainda se defende via democracia: “liberdade de expressão, posso falar tudo que pendo”. São sempre as vítimas, no seu infinito cinismo nunca assumem seus atos. Gente assim tem feição fechada, testa franzida, olhar baixo até quando sorri; gente assim é tão dissimulada que consegue enganar os inocentes ao redor arrebanhando seguidores bobos que dizem “amém” para suas loucuras paranoicas. Denegrir, ferir, maltratar, acusar... faz com os outros porque pensa que a vida faz com ela. Essas pessoas não sofrem por acaso, sofrem por que nunca souberam viver e fazem de sua existência uma lamento. Tratando da loucura desse tipo de gente a faixa do cd do Quinta Coluna: Semideus Uma letra que fala sobre pessoas que se pensam portadoras de alguma autorização que as dispensam do mandamento: “Se depender de vós, tendes paz com todos os homens”. Semideus é uma das músicas que estão sendo gravadas no primeiro cd da Quinta Coluna. As letras falam sobre situações cotidianas vividas pelos membros da banda ou por pessoas ao redor. Em breve mais um POR DENTRO DO CD. Lembre-se... Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência.

Música: Polisipo (Cléber Jesus )

Sabe aquele relacionamento que te faz muito mal e mesmo assim você não consegue sair dele? Sabe aquela dependência cega e sem motivo que prende, sufoca, machuca e te deixa dependente? Quantos não existiram assim pelo menos uma vez? Digo existiram porque estar nessa dependência patológica não é vida. Mas um dia, você decide romper com tudo, mesmo que a decisão te leve a morte pela saudade que vai sentir. Ainda com o coração doendo, sai o veredito. A decisão: “Não vai mais me machucar!” A partir desse momento começa a luta para esquecer, para não ceder, como se fosse uma desintoxicação. Com influência direta de textos de Caio Fernando Abreu e de algumas histórias que acontecem todo tempo embaixo do céu... Nasce Polisipo. Que em grego significa PAUSA PARA A DOR Uma música que trata da decisão de não mais ser maltratado, um grito de “Não” a todo relacionamento que subtrai e divide, abate e deprime, aleija e mata todo o belo que existe no coração.

Música: Minha Velha (Cléber Jesus e Bruno Sousa)

- Menino... ESTÚDIO... ESTÚDIO! Foi assim que eu me tornei músico. A insistência de minha mãe gritando sempre pra fixar na minha cabeça a idéia de que eu deveria desenvolver a única arte citada na bíblia como presente no céu desde antes da humanidade. Depois eu descobri que na verdade minha querida mãe estava bradando era: - Menino... ESTUDE... ESTUDE! Mas já era tarde, graças a falha de comunicação eu já era músico. Inclusive meu primeiro instrumento foi ela que me deu. A pedagogia usada por nossos pais na nossa criação deu resultado, somos a melhor versão de nós mesmos. Cada conselho, cada castigo, cada cuidado. Tudo somando é a formula que não nos deixou fracassar na vida. “Meu velho, teus dias, gastos comigo, fizeram de mim o que sou; Fruto do tronco desta vida tua, em plena rua, teu vigor roubei;da tua paz tirei, do teu amor suguei,do teu suor comi, no teu calor dormi. Sou filho teu! Minha primeira guitarra foi a velha que me deu, me ensinou andar no mundo minha fé não se perdeu. Preocupada no meu quarto tanto sono ela perdeu, doença ou pesadelo seu olhar me protegeu. Eu sei não foi acaso, esteve ao meu lado, me fez crescer.” Obrigado Deus, só Vc como Pai tão amoroso tinha como escolher para nós os melhores pais que poderíamos ter.

Meu pai morreu e deixou minha mãe com câncer

O cantarolar contínuo mesmo que desafinado, um sorriso permanente e sem motivo aparente, os suspiros esporádicos, a gentileza exacerbada e a distração aguda. Qualquer um que apresente tal comportamento, desde um desconhecido do outro lado do planeta, até a sua amiga de trabalho, podem ser acusados de estar apaixonados. Os sintomas da paixão são universais. Produzem o mesmo nível de autismo e/ou genialidade nas suas vítimas. O problema da nossa época é o tempo de duração. Hoje os relacionamentos são menos profundos, as pessoas são mais descartáveis e os amores nunca foram tão passageiros. As vitrines enfeitadas e as propagandas a toda hora, produzem uma poluição visual e sonora superestimando uma data que tem influência direta do amor. Um contraste diante da situação emocional em que a raça humana se encontra. É fácil constatar em qualquer pesquisa que o número de separações continua maior do que o de casamentos. Em um mundo onde se preza tanto a independência e a individualidade, ninguém quer depender ou confiar sua felicidade à outra pessoa. Os relacionamentos já começam com prazo de validade. O que aconteceu com as conversas sem palavras, os olhares cheios de significado? O que houve com aqueles pequenos detalhes que constroem a intimidade de dois? Quando foi que você ouviu uma historia de amor? Tem tempo? Pois bem... eu tenho uma: Meu pai morreu em 2004 e deixou para minha mãe um câncer. Ok, não tem nada de romântico numa história com mortes e doenças incuráveis. Mas esse não é o ponto. Tenha paciência. Papai morreu de repente, o miocárdio defeituoso o levou. De um susto ao vazio, assim, meu amado pai se foi, sem ao menos dar tempo de despedidas. Depois que ele partiu, mamãe nunca mais foi a mesma. Sua alma, seu corpo, seu coração, tudo ficou abalado. Ela entrou num mundo cinza de sombras e lamentos. Nunca deixou suas atividades, nunca se negou a viver, tentou da melhor forma que pôde. Mamãe foi diagnosticada com câncer de mama pouco depois da morte de papai. Ela não se deu conta que estava morrendo por amor. A somatização de toda tragédia que a ausência significa a alcançou sem piedade. Encontrar um amor de verdade significa assinar a sentença de existência conjunta. A natureza parece encarar os amantes como um apenas, e quando uma das partes pára, a outra fatalmente não consegue seguir adiante muito tempo. Meus pais não eram especialistas no amor, tinham problemas como todo casal, mas existir na nossa casa me ensinou que o amor não aceita superficialidade. Amor verdadeiro é para toda vida, e quando um dos amantes parar, o corpo do outro vai se recusar a continuar. Nesse dia dos namorados, 12 de junho, data em que meu pai faria aniversário de vida, quero usar um dos pedidos dele. Eu não quero me conformar com as limitações brutais impostas pela sociedade ou pelo ritmo frenético de nossa existência moderna. Eu quero ser maior que as circunstâncias. Eu quero me reencantar com o simples; Quero ficar feliz e arrepiado com coisas pequenas. Meu desejo é que possamos encontrar alguém para amar e que esse alguém nos ame de volta e que esse amor seja por toda vida. Feliz dia dos namorados. Sáb, 11 de Junho de 2011 03:00

Falha de Comunicação

O ser humano se orgulha de ter um sistema de comunicação completo, tanto nos códigos como nos meios. As pessoas evoluíram a linguagem, mas ainda existem as falhas de comunicação. Coisas que queremos dizer, mas acabamos dizendo diferente do que pensamos. Coisas mal ouvidas ou mal interpretadas. Coisas que deveriam ser comunicadas previamente para evitar constrangimento, por exemplo. Um erro de comunicação pode mudar uma vida. Lembro-me do dia em que minha mãe gritou: - Menino, estúdio... estúdio! Então me tornei músico. Segui o conselho materno e estudei a arte de tocar instrumentos para poder expressar sentimento através de notas e ritmos. Que conselho melhor uma mãe poderia dar para um filho? Mais tarde, minha mãe me esclareceu de que ela não tinha sido a maior incentivadora da minha jornada musical, ela me disse que na verdade tinha feito um apelo para eu levar a escola a sério: - Menino, o estudo... o estudo! De fato uma escolha define uma vida. Se você não escutar as pessoas certas e a coisa certa, talvez faça o contrário do que deveria. Entendi errado, talvez por ela ter falado alto demais e a acústica da minha casa não ser apropriada para gritos, posto que a reverberação era imediata causando quase um eco metálico tilintando nos tímpanos. A maldição de não compreender pode nos vitimar durante toda a vida como se fosse mais uma das leis de Murphy. O River Shopping, na cidade de Petrolina, está aí para provar que a maldição da "falha de comunicação" vai nos perseguir pra sempre. No dia 30 de abril desse ano, eu decidi ir ao shopping com meus amigos: um gerente de lojas, dois professores e três funcionários públicos, incluindo eu. Mas a grande coincidência era que por capricho do destino todos os homens na mesa também eram músicos. Na Praça de Alimentação, enquanto comíamos e bebíamos, puxamos um violão fender 1995 e começamos a evocar grandes ícones: Cássia Eller, Elvis Presley... Um segurança se aproximou e nos comunicou que era proibido tocar violão na Praça de Alimentação. Paramos de tocar imediatamente, mas pedimos que o segurança comprovasse a informação dada através de uma comunicação visual, posto que se trata da regra de um estabelecimento e deveria estar explícito através de placa ou cartaz. Ele nos avisou que não existia essa forma de comunicação disponível. Pedimos então que ele chamasse o gerente ou o chefe de segurança para ele nos explicar porque existia uma regra e ela não estava exposta para os consumidores. Em três minutos, oito seguranças chegaram ao redor da nossa mesa e o chefe da segurança afirmou que foi avisado que nós solicitamos a presença da polícia para que parássemos de tocar. Bem, minha mãe falou e eu não entendi, virei músico e fui tocar na Praça de Alimentação do River Shopping para levar uma bronca de um segurança que não entendeu quando pedimos a presença dos seus superiores e disse que mandamos chamar a polícia. Foi constrangedor ter tantos seguranças ao nosso redor enquanto toda Praça de Alimentação olhava para nossa mesa. Uma total falta de bom senso desses profissionais contratados pelo Shopping. Se forem esses os protocolos de segurança, eu receio que em breve esse estabelecimento sofrerá alguns processos. Enfim, até hoje eu não sei se foi por causa das tatuagens que eu e o gerente de lojas temos, ou se foi o fato de sermos músicos. A questão é que o segurança mentiu e nos causou constrangimento. Para mim apenas sobrou a moral da história: falha de comunicação pode causar vergonha num futuro próximo ou distante. Sex, 20 de Maio de 2011 06:59