segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Baile de máscaras.

Passei 5 dias em um congresso convivendo com muita gente, a maioria eu nunca tinha visto antes na minha vida, e de fato voltei pra casa sem conhecer a maioria. Mas pior do que não conhecer os desconhecidos é desconhecer quem vc julgava conhecido, pessoas que estão na sua vida e sempre lhe pareceram de um jeito até que algo acontece e através dessa oportunidade suas verdadeiras caras surgem. O que vi em Itaberaba foi um grande baile de máscaras onde desfilaram tantos conhecidos que eu até tenho medo de confiar de novo em minha percepção. Felizes dos que não precisam esconder quem são no porão da alma e enganar a humanidade com vestes de cordeiros. UM dia o pitbull vai sair da coleira e detonar toda a farsa de ser. "Soren Kierkegaard certa vez disse que a vida é um baile de máscaras. Ele sabia que este era o escudo atrás do qual as almas se escondiam de si mesmas, e, assim, tentavam ocultar suas faces também para a percepção dos demais. A maioria quer ser famosa, mas poucos querem ser conhecidos! Ora, usar máscaras, para muitos, não passa de truque, de um direito, de uma opção: ser ou não ser; mostrar ou não mostrar; como se tal bravata contra o próprio ser pudesse passar sem punição. Para muitos, esconder-se atrás das máscaras é apenas um questão de proteção ou de diversão inexaurível e viciante. Sim, acaba virando um vício do ser, a tal ponto que sem as máscaras muitos homens não suportam e morrem. Assim, para a maioria, sem o personagem, acaba a pessoa. Talvez esta seja a razão pela qual até agora ninguém conseguiu conhecer alguns, pois toda revelação que fazem de “si mesmo”, é sempre uma ilusão. Eles não sabe quem são, mas apenas sabem qual deve ser a sua imagem, a sua máscara. Nesse caso, sua mais ardente e compulsiva tarefa na existência consiste em preservar seu esconderijo. Sendo assim, diz Kierkegaard, “você é tão mais bem sucedido, quanto mais enigmática for a sua máscara”. Quando a existência se transforma “nisto”, eu e você viramos de fato nada além de NADA. Ou seja, passamos a ser apenas uma “relação com os outros”; e o que nos tornamos é unicamente em razão e em “virtude dessa relação”. Lobos mascarados de ovelhas! A maioria existe assim. Daí, para muitos, catástrofes que lhes roubem as “máscaras” os deixam em estado de desespero, visto que sem a máscara eles não possuem um rosto próprio, algo que a própria pessoa reconheça para si e como sua, e não apenas como um reflexo da imagem que os outros devolvem para você mesmo, supostamente acerca de quem você aparenta ser para eles. Desse modo, você vende imagem, e se alimenta dela. Mas no dia em que as máscaras são tiradas, muitos não conseguem mais viver, pois neles não há uma vida própria, mas apenas uma existência fabricada para consumo no Baile de Fantasias, que é a existência da maioria. ”Você não sabe que vem a hora chamada “meia noite” na qual todos terão que lançar fora suas máscaras? Você crê realmente que a vida se deixará zombar para sempre? Ou talvez você pense que pode escapar um pouco antes da “meia noite” e fugir de tal hora? Ou será que você fica apavorado com essa idéia?”—pergunta o profeta. Você consegue pensar em algo mais apavorante do que ter que viver tal “meia noite” em sua existência na Terra ou em qualquer outro lugar onde isto possa lhe acontecer? Quem vive nesse Baile de Fantasias não tem idéia do que faz de mal à sua própria alma. Não existe droga mais viciante do que a força compulsiva da “máscara”. Aquele que se faz um com a mascara, faz-se um com o Nada, pois sua natureza vai se dissolvendo numa multiplicidade...e que acaba fazendo com que esse ser realmente se torne muitos. Você pode se tornar semelhante àquele pobre Gadareno, ocupado por “infelizes demônios”; numa legião de falsas identidades, que não são suas identidades, e muito menos correspondem a você! Os demônios habitam sob máscaras. Por isto mascarados lhes são tão desejáveis residências. Pobre do auto-enganado que pensa que as máscaras o salvarão! Tire de sua cara a máscara. Do contrário, você poderá vir a perder a coisa mais sagrada e preciosa de um homem - o poder unificador da personalidade, e a capacidade abençoada de se tornar alguém que seja realmente você."

domingo, 3 de junho de 2012

Mais um aniversário sem meu pai

Oração ao Deus que ouve por meu pai: Cléber é o meu nome por causa dele. Não, ele não escolheu, ele esqueceu... Isso mesmo, No cartório, pronto para registrar ele esqueceu o nome que ia me dar. Um amigo que estava com ele disse: “Então põe Cléber”, daí... Sou o melhor de mim por causa dele e dos valores que me deu. Minha consciência cristã se desenvolveu sobre os fundamentos bíblicos e humanos que ele me ensinou. Foi um bom pai porque foi um bom homem. Era bom pai porque sentia prazer em ter os filhos, ainda que não soubesse demonstrar. Viveu de tudo. Pouca coisa o surpreendia, mas ainda tinha um pouco de pureza no coração. Senhor Jesus, tu és meu refugio e minha alegria. De Você vem minha consolação. Tu vês meu coração sem mascarás ou disfarces, ando nu na tua presença, não posso me cobrir. Hoje vês minha dor de saudade e de boas lembranças pelo pai que tomaste em teus braços. Ah, como sinto falta do pai que me deste e de repente levaste para ti. Tento contentar-me com Teu amor, e no mistério da Sua sabedoria. Minha alma dói. Minha mente esta intoxicada de imagens, sorrisos, broncas, surras, choros, olhos profundos cheios de expressão, intensos, olhos que diziam sem falar. Ah meu pai, como eu amava a tua face. Ah, como sinto saudade dos teus cheiros, de teu mau humor constante, dos comentários estranhos e raivosos quando assistíamos juntos aos jogos de futebol na TV. “Chuta pra fora cururu vasconcelo”. “Crebe!!! Desliga essa luz!!! Você acha que a conta de luz é barata???” Como sinto falta desse pedido-ordem que me davas, sinto falta de todos os outros também. Mesmo que me irritasse tanto no momento em que me reclamavas, mas reconheço que maior e mais profundo era o ensinamento sobre economia e racionamento que depois aprendi e entendi. Lembro-me do único dia que te vi perder a postura. Era um filme do mestre Stephen King; O iluminado. Jantávamos na sala junto com meu sobrinho. O filme eu já sabia de cor por assistir e por ler tantas vezes o livro. A cena era do quarto 217, quando Danny entra no quarto por estar curioso e quando alguns eventos sobrenaturais acontecem, ele tenta sair do quarto sem sucesso enquanto uma mulher putrefata se aproxima, mas um pouco antes de ser alcançado, Danny consegue abrir a porta e sair do quarto, o momento de aflição e suspense é tão grande que quase tira o fôlego. Nessa parte, quando tudo parece bem, Danny consegue sair, respira aliviado do lado da porta, quando de súbito uma mão sai do quarto e o puxa de volta. O misto de surpresa e som repentino resultou num momento singular: O garfo voou da mão do velho homem e ele se levantou de uma vez... foi muito engraçado, jamais esquecerei de como o mestre Stephen King te assustou. Sabe do que sinto mais falta??? Do meu aniversario. Dia 28 está chegando de novo e ainda é o dia mais difícil do ano pra mim. Meu pai, você sempre lembrava, sempre era o primeiro a dar um abraço, você nunca se esqueceu meu amigo. Você sempre trazia algo. Na ultima vez você levou uma garrafa de coca-cola de 2,5 litros e umas 250 gramas de carne. Disse que tava sem grana e tinha pensado que eu gostaria de comer aquela carne com refrigerante, pois foi apenas o que conseguiu comprar com a grana que tinha disponível. Choro sozinho, beijo teus olhos, aspiro teus cheiros, visto tuas roupas e te vejo de vez em quando durante o dia. Especialmente quando vejo o que gostavas de ver como o péssimo time do Vasco da gama. Só não ouço as musicas que você gostava porque ai seria pedir demais, você era muito brega musicalmente. Mais ainda suporto Nelson Gonçalves. Eu nem sei se teu lugar na igreja continua lá, eu sai daquela instituição mas não sai do Caminho. Ela foi tão ingrata que nunca te prestou as homenagens devidas. Mas essas eram as suas expectativas quanto a ser querido por aquela comunidade. Eu sei como as coisas funcionam e que laços eclesiásticos não são totalmente honestos, eles são criados por conveniências. Apenas aparência. E o teu trabalho? Ainda passo no terminal de ônibus e te procuro por lá, às vezes é impulso, mas sabemos que eu nunca mais vou te encontrar lá, né? Lembra da bíblia que tu me deste?? Esta se dilacerando por conta do tempo, mas nunca mandei reformá-la, parece que perderia o encanto. Existem textos que só nela eu encontro, rsrsrs, é nela querido pai, que Deus fala comigo quando me consola em relação a você paizinho. Toco minhas musicas em solidão, balanço na melodia das canções que tentam me animar, tento me refugiar na musica. Tuas netas sentem tua falta, ainda que não se lembrem bem de ti, mas ainda assim perguntam esporadicamente se te encontrarão no céu. Eu sei que entraste na gloria, por isso me contento com tua eterna alegria e sofri essa doce saudade de um amor sem igual. Sim eu te amava muito. Ao contrario do que pensavam sobre nós, sobre mim. Meu ar fechado e particular, meu aspecto sereno e controlado no dia da tua morte e do teu enterro foi mal interpretado por quase todos. Como poderia eu chorar por ti naquele dia? Delegaste a mim no dia 09 de Setembro do ano de 2004 a responsabilidade de ser o único homem da família. Lembro que estava no quarto calçando o tênis na hora que soube da tua morte. Dois minutos depois de saber eu assumi o posto que me outorgastes. Tornei-me o homem da casa dois minutos após saber da tua morte, pois tinha que providenciar tudo pra que fosses embora. Como poderia eu chorar? Tomei a postura do homem que sempre me deste exemplo pra ser, que sempre me aconselhou a ser. Consolei minhas irmãs, apoiei minha inconsolável mãe, expliquei pra tuas netas, providenciei teu funeral. Não chorei papai, fui firme, cumpri o que tinha que fazer. Terias orgulho de teu filho. Mas papai, quando todos foram embora do cemitério e quando eu sabia, por ter me certificado de que a família estava devidamente amparada, sentei ao lado da morada do teu corpo sem vida e chorei. Chorei tudo. Os silêncios, as oportunidades perdidas, as coisas de amor. Ainda sonho contigo constantemente, também não consegui parar de chorar tua falta. Mas meu choro é de saudade, não me desespero, o Deus que conhecemos voltou pra ti antes do que voltou pra nós. Ainda tento te honrar em tudo, sou o primeiro de toda a nossa família a cursar uma faculdade, tenho tomado conta da minha mãe, tenho sido honesto e fiel. A mamãe deve estar contigo. Ela nos deixou de repente como vc, mas tentei cuidar dela quando estava aqui, fiz o Maximo que pude. Quanto a mim... Eu, papai, continuo andando. Depois de tantos desacertos, eu acertei meu pai. Depois da tua partida, de muitas perdas, separações, opressões, julgamentos justos, julgamentos injustos, perseguições, depois de alvejado por tanta coisa eu consegui ser respeitado. Não reclamo, sei que são conseqüências de eu não ter te ouvido. Tua partida me enfraqueceu tanto que estou mais forte, da inundação de minhas lagrimas renasci pra merecer ser alguém de novo. Eu honro o teu nome e a tua memória querido pai. Dormiste sem saber e acordaste para o Pai. Sei que não existe lugar melhor do que ao lado Dele. Espero te reencontrar em plenitude eterna, anseio por saber teu novo nome e ver teu rosto maravilhoso em gloria. Quão maravilhosa será nossa conversa. Cléber, teu filho de sempre...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Música: Semideus (Cléber Jesus)

Quanta gente esquizofrênica. Gente de cabeça feita, que deveria ser bem resolvida. Mas é gente melindrosa que não sabe ouvir um não. Que não aceita ser rejeitada, que não aceita não ter o que quer. Gente que esconde seus traumas e frustrações atrás de ataques deliberados e confrontos desnecessários. Aponta primeiro para não tirar a atenção. Expõe os defeitos alheios para encobrir sua podridão. E quando é confrontada em suas praticas maldosas, ainda se defende via democracia: “liberdade de expressão, posso falar tudo que pendo”. São sempre as vítimas, no seu infinito cinismo nunca assumem seus atos. Gente assim tem feição fechada, testa franzida, olhar baixo até quando sorri; gente assim é tão dissimulada que consegue enganar os inocentes ao redor arrebanhando seguidores bobos que dizem “amém” para suas loucuras paranoicas. Denegrir, ferir, maltratar, acusar... faz com os outros porque pensa que a vida faz com ela. Essas pessoas não sofrem por acaso, sofrem por que nunca souberam viver e fazem de sua existência uma lamento. Tratando da loucura desse tipo de gente a faixa do cd do Quinta Coluna: Semideus Uma letra que fala sobre pessoas que se pensam portadoras de alguma autorização que as dispensam do mandamento: “Se depender de vós, tendes paz com todos os homens”. Semideus é uma das músicas que estão sendo gravadas no primeiro cd da Quinta Coluna. As letras falam sobre situações cotidianas vividas pelos membros da banda ou por pessoas ao redor. Em breve mais um POR DENTRO DO CD. Lembre-se... Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência.

Música: Polisipo (Cléber Jesus )

Sabe aquele relacionamento que te faz muito mal e mesmo assim você não consegue sair dele? Sabe aquela dependência cega e sem motivo que prende, sufoca, machuca e te deixa dependente? Quantos não existiram assim pelo menos uma vez? Digo existiram porque estar nessa dependência patológica não é vida. Mas um dia, você decide romper com tudo, mesmo que a decisão te leve a morte pela saudade que vai sentir. Ainda com o coração doendo, sai o veredito. A decisão: “Não vai mais me machucar!” A partir desse momento começa a luta para esquecer, para não ceder, como se fosse uma desintoxicação. Com influência direta de textos de Caio Fernando Abreu e de algumas histórias que acontecem todo tempo embaixo do céu... Nasce Polisipo. Que em grego significa PAUSA PARA A DOR Uma música que trata da decisão de não mais ser maltratado, um grito de “Não” a todo relacionamento que subtrai e divide, abate e deprime, aleija e mata todo o belo que existe no coração.

Música: Minha Velha (Cléber Jesus e Bruno Sousa)

- Menino... ESTÚDIO... ESTÚDIO! Foi assim que eu me tornei músico. A insistência de minha mãe gritando sempre pra fixar na minha cabeça a idéia de que eu deveria desenvolver a única arte citada na bíblia como presente no céu desde antes da humanidade. Depois eu descobri que na verdade minha querida mãe estava bradando era: - Menino... ESTUDE... ESTUDE! Mas já era tarde, graças a falha de comunicação eu já era músico. Inclusive meu primeiro instrumento foi ela que me deu. A pedagogia usada por nossos pais na nossa criação deu resultado, somos a melhor versão de nós mesmos. Cada conselho, cada castigo, cada cuidado. Tudo somando é a formula que não nos deixou fracassar na vida. “Meu velho, teus dias, gastos comigo, fizeram de mim o que sou; Fruto do tronco desta vida tua, em plena rua, teu vigor roubei;da tua paz tirei, do teu amor suguei,do teu suor comi, no teu calor dormi. Sou filho teu! Minha primeira guitarra foi a velha que me deu, me ensinou andar no mundo minha fé não se perdeu. Preocupada no meu quarto tanto sono ela perdeu, doença ou pesadelo seu olhar me protegeu. Eu sei não foi acaso, esteve ao meu lado, me fez crescer.” Obrigado Deus, só Vc como Pai tão amoroso tinha como escolher para nós os melhores pais que poderíamos ter.

Meu pai morreu e deixou minha mãe com câncer

O cantarolar contínuo mesmo que desafinado, um sorriso permanente e sem motivo aparente, os suspiros esporádicos, a gentileza exacerbada e a distração aguda. Qualquer um que apresente tal comportamento, desde um desconhecido do outro lado do planeta, até a sua amiga de trabalho, podem ser acusados de estar apaixonados. Os sintomas da paixão são universais. Produzem o mesmo nível de autismo e/ou genialidade nas suas vítimas. O problema da nossa época é o tempo de duração. Hoje os relacionamentos são menos profundos, as pessoas são mais descartáveis e os amores nunca foram tão passageiros. As vitrines enfeitadas e as propagandas a toda hora, produzem uma poluição visual e sonora superestimando uma data que tem influência direta do amor. Um contraste diante da situação emocional em que a raça humana se encontra. É fácil constatar em qualquer pesquisa que o número de separações continua maior do que o de casamentos. Em um mundo onde se preza tanto a independência e a individualidade, ninguém quer depender ou confiar sua felicidade à outra pessoa. Os relacionamentos já começam com prazo de validade. O que aconteceu com as conversas sem palavras, os olhares cheios de significado? O que houve com aqueles pequenos detalhes que constroem a intimidade de dois? Quando foi que você ouviu uma historia de amor? Tem tempo? Pois bem... eu tenho uma: Meu pai morreu em 2004 e deixou para minha mãe um câncer. Ok, não tem nada de romântico numa história com mortes e doenças incuráveis. Mas esse não é o ponto. Tenha paciência. Papai morreu de repente, o miocárdio defeituoso o levou. De um susto ao vazio, assim, meu amado pai se foi, sem ao menos dar tempo de despedidas. Depois que ele partiu, mamãe nunca mais foi a mesma. Sua alma, seu corpo, seu coração, tudo ficou abalado. Ela entrou num mundo cinza de sombras e lamentos. Nunca deixou suas atividades, nunca se negou a viver, tentou da melhor forma que pôde. Mamãe foi diagnosticada com câncer de mama pouco depois da morte de papai. Ela não se deu conta que estava morrendo por amor. A somatização de toda tragédia que a ausência significa a alcançou sem piedade. Encontrar um amor de verdade significa assinar a sentença de existência conjunta. A natureza parece encarar os amantes como um apenas, e quando uma das partes pára, a outra fatalmente não consegue seguir adiante muito tempo. Meus pais não eram especialistas no amor, tinham problemas como todo casal, mas existir na nossa casa me ensinou que o amor não aceita superficialidade. Amor verdadeiro é para toda vida, e quando um dos amantes parar, o corpo do outro vai se recusar a continuar. Nesse dia dos namorados, 12 de junho, data em que meu pai faria aniversário de vida, quero usar um dos pedidos dele. Eu não quero me conformar com as limitações brutais impostas pela sociedade ou pelo ritmo frenético de nossa existência moderna. Eu quero ser maior que as circunstâncias. Eu quero me reencantar com o simples; Quero ficar feliz e arrepiado com coisas pequenas. Meu desejo é que possamos encontrar alguém para amar e que esse alguém nos ame de volta e que esse amor seja por toda vida. Feliz dia dos namorados. Sáb, 11 de Junho de 2011 03:00

Falha de Comunicação

O ser humano se orgulha de ter um sistema de comunicação completo, tanto nos códigos como nos meios. As pessoas evoluíram a linguagem, mas ainda existem as falhas de comunicação. Coisas que queremos dizer, mas acabamos dizendo diferente do que pensamos. Coisas mal ouvidas ou mal interpretadas. Coisas que deveriam ser comunicadas previamente para evitar constrangimento, por exemplo. Um erro de comunicação pode mudar uma vida. Lembro-me do dia em que minha mãe gritou: - Menino, estúdio... estúdio! Então me tornei músico. Segui o conselho materno e estudei a arte de tocar instrumentos para poder expressar sentimento através de notas e ritmos. Que conselho melhor uma mãe poderia dar para um filho? Mais tarde, minha mãe me esclareceu de que ela não tinha sido a maior incentivadora da minha jornada musical, ela me disse que na verdade tinha feito um apelo para eu levar a escola a sério: - Menino, o estudo... o estudo! De fato uma escolha define uma vida. Se você não escutar as pessoas certas e a coisa certa, talvez faça o contrário do que deveria. Entendi errado, talvez por ela ter falado alto demais e a acústica da minha casa não ser apropriada para gritos, posto que a reverberação era imediata causando quase um eco metálico tilintando nos tímpanos. A maldição de não compreender pode nos vitimar durante toda a vida como se fosse mais uma das leis de Murphy. O River Shopping, na cidade de Petrolina, está aí para provar que a maldição da "falha de comunicação" vai nos perseguir pra sempre. No dia 30 de abril desse ano, eu decidi ir ao shopping com meus amigos: um gerente de lojas, dois professores e três funcionários públicos, incluindo eu. Mas a grande coincidência era que por capricho do destino todos os homens na mesa também eram músicos. Na Praça de Alimentação, enquanto comíamos e bebíamos, puxamos um violão fender 1995 e começamos a evocar grandes ícones: Cássia Eller, Elvis Presley... Um segurança se aproximou e nos comunicou que era proibido tocar violão na Praça de Alimentação. Paramos de tocar imediatamente, mas pedimos que o segurança comprovasse a informação dada através de uma comunicação visual, posto que se trata da regra de um estabelecimento e deveria estar explícito através de placa ou cartaz. Ele nos avisou que não existia essa forma de comunicação disponível. Pedimos então que ele chamasse o gerente ou o chefe de segurança para ele nos explicar porque existia uma regra e ela não estava exposta para os consumidores. Em três minutos, oito seguranças chegaram ao redor da nossa mesa e o chefe da segurança afirmou que foi avisado que nós solicitamos a presença da polícia para que parássemos de tocar. Bem, minha mãe falou e eu não entendi, virei músico e fui tocar na Praça de Alimentação do River Shopping para levar uma bronca de um segurança que não entendeu quando pedimos a presença dos seus superiores e disse que mandamos chamar a polícia. Foi constrangedor ter tantos seguranças ao nosso redor enquanto toda Praça de Alimentação olhava para nossa mesa. Uma total falta de bom senso desses profissionais contratados pelo Shopping. Se forem esses os protocolos de segurança, eu receio que em breve esse estabelecimento sofrerá alguns processos. Enfim, até hoje eu não sei se foi por causa das tatuagens que eu e o gerente de lojas temos, ou se foi o fato de sermos músicos. A questão é que o segurança mentiu e nos causou constrangimento. Para mim apenas sobrou a moral da história: falha de comunicação pode causar vergonha num futuro próximo ou distante. Sex, 20 de Maio de 2011 06:59

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Daniel de vilão e vitima do cinismo (BBB 12)

Sim, sexo sem consentimento é crime. Nada justifica uma contravenção. Mas isso não nos impede de analisar a cena do crime. Todos tem que respeitar uma pessoa em estado alterado, ainda que esse alguém não se respeite a ponto de se permitir tal situação. Porem uma pessoa deveria se respeitar a ponto de não permitir, no que depender dela, que as alterações causadas pela bebida ou outras coisas ingeridas de livre vontade ponham em risco sua integridade física ou moral. Machismo? Não! Serve para qualquer gênero. No caso em questão, a moça bebeu feito um camelo e depois vestiu uma camisola pequena, dona de um corpo escultural, deitou-se com o cara, beijou, trocou caricias intimas e depois dormiu. Exatamente na parte “depois dormiu”, que começa o ato criminoso do maluco em questão. Sim, ele errou e não existe justificativa para nenhum erro. Nem para esse, nem para outro. O sexo pode não ter sido consensual, no entanto a tragédia foi iniciada pelos dois. Seria “machismo feminino” dizer que não. Esse é o retrato de uma geração acostumada a essas situações, só que dessa vez foi em rede nacional. Quantas meninas no carnaval ou em outras baladas não ficam loucas por causa de drogas licitas ou ilícitas a ponto de ficarem vulneráveis a qualquer tipo de situação? Repito que vulnerabilidade não justifica atos não consensuais. Mas se a garota não estiver na cama, ou na esquina, ou no carro, ou no motel, ela não pode ser abusada. Ao usar algo que altere sua condição a ponto de que ela não possa responder por seus atos, ela assume o risco e tem que conviver com as conseqüências, assim como o covarde que se aproveita de tal situação tem que ser punido por tal crime. O cara é sim um criminoso, mas a menina não é uma coitadinha. Pense: Se o cara bebesse demais deitasse com a gatinha e adormecesse, e ela mesmo assim decidisse fazer sexo oral nele, será que o discurso seria o mesmo? Ele seria expulso do programa? Teria delegado apurando? A repercussão na imprensa seria tão grande? Teria alguém condenando a garota e dizendo que o rapaz estava sendo vitima de feminismo exacerbado? Se você inverteu a situação e acabou de pensar: “É diferente...” Considere-se uma “feminista” em busca não da igualdade, mas da oportunidade de oprimir da mesma forma que você se julga oprimida por forças machistas.