terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Daniel de vilão e vitima do cinismo (BBB 12)
Sim, sexo sem consentimento é crime. Nada justifica uma contravenção. Mas isso não nos impede de analisar a cena do crime.
Todos tem que respeitar uma pessoa em estado alterado, ainda que esse alguém não se respeite a ponto de se permitir tal situação.
Porem uma pessoa deveria se respeitar a ponto de não permitir, no que depender dela, que as alterações causadas pela bebida ou outras coisas ingeridas de livre vontade ponham em risco sua integridade física ou moral.
Machismo? Não!
Serve para qualquer gênero.
No caso em questão, a moça bebeu feito um camelo e depois vestiu uma camisola pequena, dona de um corpo escultural, deitou-se com o cara, beijou, trocou caricias intimas e depois dormiu. Exatamente na parte “depois dormiu”, que começa o ato criminoso do maluco em questão. Sim, ele errou e não existe justificativa para nenhum erro. Nem para esse, nem para outro. O sexo pode não ter sido consensual, no entanto a tragédia foi iniciada pelos dois. Seria “machismo feminino” dizer que não.
Esse é o retrato de uma geração acostumada a essas situações, só que dessa vez foi em rede nacional. Quantas meninas no carnaval ou em outras baladas não ficam loucas por causa de drogas licitas ou ilícitas a ponto de ficarem vulneráveis a qualquer tipo de situação? Repito que vulnerabilidade não justifica atos não consensuais. Mas se a garota não estiver na cama, ou na esquina, ou no carro, ou no motel, ela não pode ser abusada.
Ao usar algo que altere sua condição a ponto de que ela não possa responder por seus atos, ela assume o risco e tem que conviver com as conseqüências, assim como o covarde que se aproveita de tal situação tem que ser punido por tal crime.
O cara é sim um criminoso, mas a menina não é uma coitadinha.
Pense:
Se o cara bebesse demais deitasse com a gatinha e adormecesse, e ela mesmo assim decidisse fazer sexo oral nele, será que o discurso seria o mesmo?
Ele seria expulso do programa? Teria delegado apurando? A repercussão na imprensa seria tão grande? Teria alguém condenando a garota e dizendo que o rapaz estava sendo vitima de feminismo exacerbado?
Se você inverteu a situação e acabou de pensar:
“É diferente...”
Considere-se uma “feminista” em busca não da igualdade, mas da oportunidade de oprimir da mesma forma que você se julga oprimida por forças machistas.
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